25 de jun. de 2011

Prova - Teorias da Comunicação

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O que vai cair?

Teorias da Cibercomunicação - [Não foi encontrado resenha]
Teorias da Comunicação Contemporânea - [Não foi encontrado resenha]
Teoria da Complexidade (Edgard Morin) - Ok
Teorias Clássicas - Ok

Cultura das Mídias (Lúcia Santaella) - Ok
Remediação/Mediação (Jay David Bolter/Richard Grusin) - Ok
Virtualização (Pierre Lévy) - Ok
O mundo codificado (Vilem Flusser) - Ok
As razões da pós modernidade (Chevitarese ) - Ok
Modelos de Comunicação (L. Queré) - [Não foi encontrado resenha]

Filme Blade Runner - Ok


Teoria da Complexidade (Edgar Morin)

Método Cartesiano: Razão
Objetivo: Com base na razão chegar a uma verdade indubitável.
Resumindo: Aprendizagem em uma instituição de ensino.

Método Complexo: Relativização
Aprendizagem no mundo "real" (no trabalho/na vivência).


Mediação e Remediação

Mediação 
Semântica: Processo pelo qual o pensamento tira uma conclusão, dados os elementos fornecidos pelos sentidos (Negociação do Sentido). Existem duas formas de mediação: a imediação, ou a hipermediação.

  • Imediação: Envolver a pessoa em uma experiência ímpar, de modo que ela nem ao menos lembre que está sendo mediada. É simplesmente excluir o meio pelo qual a mensagem está sendo transmitida.  Exemplo: O jogo virtual online Second Life, onde a pessoa é envolvida por inteiro e com certeza acaba esquecendo que está vivenciando aquela experiência através do computador. A sensação é tão intensa que não é tão fácil definir o que é real, ou não. 
  • Hipermediação: Na hipermediação, o intuito é outro. É justamente mostrar para o público que está havendo uma mediação, a informação que está sendo transmitida nesse momento é mediada por alguma ferramenta. Na hipermediação, se mostra sempre o meio. Exemplo: O Youtube, velho conhecido que permite que todos publiquem seus vídeos na internet, basta ter uma conta. Além de sabermos o tempo todo que estamos tendo uma experiência mediada, o youtube reúne diversas mídias em um só lugar: a internet.


Remediação
Consiste em apropiar-se de ferramentas já existentes e remodelá-las, de maneira que elas pareçam novas. Bolter faz uma crítica às novas tecnologias, dizendo que esta era digital em que vivemos, nada mais é do que uma cópia de coisas antigas, que já existem a longa data.
Um exemplo de remidiação é o Jornal Folha.com, primeiro jornal de língua portuguesa em tempo real. Se trata de uma remidiação pois é uma ferramenta digital que é uma cópia de uma ferramenta impressa. Em curtas, é uma remodelação do jornal impresso.
Fonte: Blog Comunicação e Cybercultura

Cultura das Mídias (Lúcia Santaella)

     Cultura das Mídias é uma coletânea de artigos da pesquisadora Lúcia Santaella publicados entre os anos de 1976 e 1995 e que discutem individualmente os aspectos e consequências do avanço da tecnologia perante a cultura erudita e de massa e expõe as fervorosas discussões sobre este e outros temas correlatos.
     Pontuando que cultura e comunicação são inseparáveis, ela inicia a discussão defendendo o termo “Cultura das Mídias”, sugerindo que, com o crescimento das mídias e seus canais de comunicações, as divisões entre a cultura erudita, cultura de massa e a popular serão abaladas e se tornará impossível delimitar onde uma cultura se inicia e onde termina por causa das interações que sofrerão entre si.
     Devido à sua natureza, cada mídia tem os seus potenciais e limites e que nenhuma outra mídia possui, e estes limites e potenciais são os pontos precursores para esta interconexão. Estas interconexões entre mídias e culturas resultam em uma complexidade semiótica mais acentuada, surgindo desta relação o termo multimídia.
     E multimídia nada mais é que o uso de mais de uma linguagem em uma mesma mídia, como ocorre com o jornal, por exemplo, que faz uso das linguagens: escrita, fotográfica, gráfica e diagramática.
     Tais linguagens possibilitam que as mídias possuam a mesma estrutura de mensagens com elementos semióticos: sintáticas, semânticas e pragmáticas.
     A multimídia também levanta outro ponto de discussões antropológicas e que envolve o termo “comunicação de massa”. Como as mensagens produzidas por algumas mídias são para poucos economicamente privilegiadas, o uso do termo “massa” torna-se equivocado, com mídias mais elitizadas e segmentadas.
     O avanço na tecnologia permite o surgimento de novas mídias de forma constante, obrigando as mídias já existentes a fazerem adaptações para sua sobrevivência. Foi o que aconteceu aos jornais com o advento do rádio e da TV, que possibilitou então a instantaneidade das informações, forçando os jornais impressos a se tornarem mais um decodificador dos fatos do que um expositor como vinha sendo feito até este momento. Prova disso é a escrita, que vem sofrendo com esse avanço tecnológico desde o seu surgimento. No início era utilizada a pele de carneiro como base de apoio, depois evoluiu para o papiro e posteriormente para o papel.
     Com este estopim, Santaella abre a discussão sobre o tão falado fim do jornal impresso após a revolução eletrônica encabeçada pelo advento da TV e do rádio e deixa claro ao afirmar que o jornal, assim como outras mídias mais antigas, não desaparecerá, elas apenas sofrerão alterações na sua plataforma de existência, assim como a escrita vem sofrendo ao longo do tempo.
     A questão errada, segundo a autora, é questionarmos se uma mídia será substituída por outra; a pergunta mais assertada seria: como esta nova mídia vai alterar a nossa forma de enxergarmos a arte? E esta é a questão fundamental para a sobrevivência da arte e dos museus, tendo em vista que, com o avanço da tecnologia e com a sua banalização, qualquer indivíduo consegue possuir em seu computador mais obras de arte que qualquer museu poderia possuir fisicamente. O crescimento neste potencial de armazenamento e a interconexão em rede de mídias e plataformas está ampliando a quantidade de signos a que estamos expostos no dia a dia, transformando esses computadores em extensões de nossos cérebros, possibilitando que qualquer informação seja encontrada facilmente, em qualquer local ou momento.
     Esse aumento na quantidade de signos capturados pelo homem gera outro grande problema: o duplo. Ou seja, a foto que se vê em um jornal não transparece exatamente o que aconteceu na realidade, mas transparece o ângulo, o repertório e a visão do fotógrafo. Ele acaba ocultando intencionalmente ou não fatos que podem ou não abrir as portas para interpretações vagas. Situações mais extremas são observada nas telas da TV e do cinema, onde a ilha de edição pode alterar completamente o enfoque central de um vídeo e manipular a opinião do espectador.
     Os artigos presentes neste livro, apesar de datarem dos anos 80 e 90, são atuais no quesito definições e desmembramento de conceitos, de multimídias e intermídias, culturas eruditas e de “massa”.
     A atualidade nestas questões nos permite traçar diversos paralelos com as novas mídias e tendências digitais, explorando os reais potenciais da internet, da nanotecnologia e da convergência digital, que mostra suas garras em produtos tudo-em-um, como o iPhone.
     A tendência observada nestes anos subsequentes às datas de criação desses artigos demonstram claramente que as teorias apresentadas neles são assertivas e que prevalecerão por um longo perído, se é que elas sofrerão alterações no futuro, mas deixa claro que as teorias apresentada nesses volumes não estão atreladas ao desenvolvimento da tecnologia e sim na forma que consumimos e utilizamos as mídias em nosso dia a dia.
Créditos: Trabalho acadêmico de Pós-Graduação – Senac Lapa Scipião – Fernando Paes

Virtualização (Pierre Lévy)

     A virtualização enquanto um momento de mutação do processo de hominização auto-criação da espécie humana, é o ponto de partida para o livro "O que é o virtual" do filósofo francês Pierre Lévy. O autor aborda o fenômeno da virtualização à luz da relação entre a comunicação virtual e as características da sociedade contemporânea. A reflexão centra-se numa tripla abordagem (definida por Lévy como o triplo interesse do livro):

Filosófica: O conceito de virtual e o movimento da virtualização. 
Antropológica: O processo de hominização que nasce com a virtualização.  
Sociopolítica: A mutação contemporânea que nos torna actores de uma realidade acelerada.
               
     A hipótese que Pierre Lévy equaciona, a propósito do processo de virtualização, opõe-se à ideia de desaparecimento universal vaticinada por Jean Baudrillard ou à ameaça de um apocalipse cultural anunciada por Paul Virilio. A proposta de Lévy centra-se na comunicação virtual enquanto elemento de um processo que abrange toda a vida social, sublinhando aspectos como a diferenciação entre o virtual e o real, a dimensão económica da comunicação, a desterritorialização e a problemática da temporalidade associada ao movimento de virtualização.
     Pierre Lévy defende que o virtual não se opõe ao real. O autor postula uma desmistificação dos opostos, enunciando duas dialécticas: possível/real e virtual/actual. Estes quatro conceitos existem nos domínios do latente e do manifesto, o que remete para as noções de subjectividade e de objectividade o latente anuncia o devir, o manifesto situa-se na esfera da objectivação, da concretização. No âmbito das dialécticas possível/real e virtual/actual, Pierre Lévy invoca estas quatro formas de existir para definir duas ordens: a da seleção e a da criação que correspondem aos pares possível/real e virtual/atual, respectivamente.
     A tese de Lévy sustenta que o possível se caracteriza por ser um conjunto de possibilidades pré-determinadas, a que falta existência. O processo de realização remete o conceito de possível, que se situa no âmbito do latente, para a noção de real, que se define como algo concreto (a concretização) no pólo do manifesto.
     Segundo o autor, o virtual é mediado ou potenciado pelas tecnologias, sendo produto de exteriorização de construções mentais em espaços de interacção cibernéticos. Neste sentido, o virtual não remete para operações puramente lógicas. É interpretado por Lévy como uma maneira de ser diferente do possível e do real, é o que existe em potência e não em ato.
     A atualização, que se assume como o movimento inverso à virtualização, parte de um problema virtual para uma solução. Esta transformação é a invenção de uma solução exigida por um complexo programático. O atual objetivo virtual, situando-se no pólo do manifesto. O virtual, enquanto algo que existe em potência, anuncia o devir e insere-se no domínio do latente.
     As dialéticas postuladas por Lévy remetem para quatro passagens/transformações: realização, potenciação, actualização e virtualização. Cada um destes processos centra-se na ideia de ciclo: o possível (o pré-definido) concretiza-se no real (realização), esta operação dá origem a uma consequente potenciação (novo conjunto de possibilidades); o virtual (o problema) passa a actual quando é solucionado (actualização), potenciando em seguida uma nova virtualização passa de uma dada solução a um (outro) problema.
      A ideia de virtual enquanto potência pode remeter para a noção de ilusão, mas o autor sublinha que este elemento não se situa no domínio do onírico: a virtualização é um dos principais vetores de criação da realidade. Neste sentido, o virtual existe e produz efeitos. Logo, o movimento de virtualização implica irreversibilidade nos seus efeitos, indeterminação no seu processo e invenção/criação do seu espaço. Será, então, a virtualização um fenómeno da contemporaneidade Lévy considera que, pelo contrário, antes das tecnologias eletrónicas (dos dispositivos tecnológicos), já existiam vetores de virtualização, como a imaginação, a memória, o conhecimento e a religião.
Fonte: Site NetSaber

O mundo codificado (Vilem Flusser)

Resenha por Monique Allain, 2009.

      O livro é um ensaio no qual o autor discute o caos em que nos encontramos hoje e levanta a possibilidade de um equilíbrio futuro entre o homem e o seu meio, a partir do surgimento de um novo senso de realidade.
      Flusser inicia seu texto procurando recuperar o conceito original de “matéria” como um preenchimento transitório de formas atemporais, para discutir a relação dialética entre a matéria e a forma . Quando uma forma ou significado se apresentam em estado energético e não em estado sólido ou líquido, é freqüente qualificá-los inadequadamente de imateriais. Ele critica o uso do termo “cultura imaterial” ao nos referirmos à cultura contemporânea de informações, preferindo chamá-la de “cultura energética”. O autor também resgata o significado do conceito de “informar” como dar formas à matéria. Para ele, as formas não são descobertas mas significados, invenções de modelos.
      O processo de dar forma envolve quatro passos: a apropriação, a conversão, a aplicação e a utilização. A história da humanidade é uma “história da fabricação” e pode ser classificada em quatro períodos: período das mãos, período das ferramentas, período das máquinas que se inicia na Revolução Industrial há aproximadamente 200 anos, e período dos aparelhos eletrônicos.
      O objeto fabricado provém da subjetividade de seu criador e para que este consiga concebê-lo, precisa recolher-se em si mesmo, distanciar-se do mundo das coisas, e entrar no mundo da abstração de modo a acessar sua imaginação. Em seguida, ele deve descrever este objeto, encontrar uma maneira de comunicar a sua idéia. Será necessário codificar a informação em símbolos , depois difundi-la e também armazená-la em alguma memória. A comunicação humana é um processo artificial. Ela se propõe a armazenar informações adquiridas e por isto comporta-se inversamente à entropia. Na natureza, há outros processos que também são neguentrópicos. Um exemplo é a complexidade alcançada dos seres vivos. As relações são influenciadas pela cultura. Depois que aprendemos um código, este é incorporado como uma segunda natureza e tendemos a esquecer sua artificialidade e a “primeira natureza” do mundo.
      Dispomos de dois tipos de mídias para transmitir os códigos ou mensagens: a linear na qual o pensamento é expresso em texto , e a de superfície na qual o pensamento se faz através da imagem. Tanto a escrita como as imagens são mediações entre o mundo e o ser humano; são informação. Elas se tornam reais a medida em que determinam nossas vidas, mas nos afastam progressivamente da experiência imediata. A civilização em seus primórdios se apoiava na imagem para comunicar-se. Esta pode ser abarcada em seu todo instantaneamente, permitindo ao ser decifrada, associações espaciais e multiplicação de significados. A imagem aponta do signo ao significado. Ela pertence ao mundo animado. No entanto, este também é um mundo de mito. Apesar de ter o propósito de dar significado, ela propicia a idolatria e prende o homem na alucinação. Nosso mundo externo é um mundo inanimado. Ele precisa de um motor que é nossa vontade. Para que alguma coisa se mova tem que haver uma causa. Do contrário o atrito, força entrópica constantemente atuante, anula o movimento e conduz à inércia. Existe aí um vazio entre a teoria e a observação. Com o desenvolvimento da abstração, cada vez mais o homem passou a fazer uso da escrita para comunicar suas idéias. A linha escrita relaciona o símbolo ao seu significado, representa e descreve alfabeticamente o mundo tridimensional em uma série de sucessões na forma de um processo. Ela foi fundamental para promover uma consciência histórica e para proteger o indivíduo da imaginação alucinatória. No entanto, impõe uma estrutura ao tratar-se de um código linear e portanto exigir uma temporalidade para sua apreensão. Além disso, provém de uma abstração que aliena o sujeito.
      No ocidente, a partir do século XIX os homens se tornaram substituíveis e passaram a ser subjugados pelas máquinas, simulações dos órgãos do corpo humano que no entanto não têm capacidade de conferir significado às coisas. Os homens foram ficando cada vez mais artificiais e a sua relação de elemento constante face à ferramenta como elemento variável se inverteu modificando completamente a existência aprisionada pela cultura. A imagem tornou se rara em meio à abstração crescente até a chegada dos aparelhos eletrônicos. Com os avanços tecnológicos este quadro se inverteu, principalmente no que diz respeito à cultura de massas para quem a imagem recuperou sua importância na mídia.
      O cinema introduziu o movimento no movimento. Apesar de ser uma mídia de superfície no que diz respeito à projeção de imagem, ele confere espacialidade à informação através do som. Assim como um texto escrito, o filme exige um intervalo de tempo para sua apreensão. Talvez por isto não saibamos ainda explorar esta linguagem na plenitude de seus recursos.
      Estamos ainda muito condicionados ao caráter linear de uma narrativa. É preciso que o “pensamento-em-superfície” incorpore o “pensamento-em-linha”. Só então estaremos caminhando para uma nova estrutura mental. Talvez no futuro, o filme seja uma mídia muito mais livre, parcialmente manipulável e reversível, sujeita ao desejo do leitor que poderá atuar sobre a narrativa e escolher o seu papel.
      O modo como o mundo está estruturado depende de como nós o codificamos. Para o autor, podemos então dividi-lo em dois: O “mundo dos fatos” contem o “reino da experiência imediata”. O “mundo da ficção” abarca o “reino das imagens” e o “reino dos conceitos”. O tipo de ficção determina uma estrutura de códigos diferentes. Os códigos conceituais relacionam-se com os fatos de forma objetiva e consciente. São mais claros e nítidos, porém exigem um erudição. Fazem parte de uma cultura de elite. Já os imagéticos são subjetivos e inconscientes, mais ricos em mensagem e podem ser apreendidos de uma maneira intuitiva. Todavia requerem para elaboração das mensagens um aprendizado de suas técnicas. O ser humano, ao procurar descrever o mundo, precisou quantificá-lo e para isto fragmentou-o e desenvolveu um código numérico que permitisse anexar um numero às coisas nele inseridas. Desde que os números foram traduzidos em tons e cores, o cálculo encontrou uma forma de projetar a partir de si mesmo mundos perceptíveis aos sentidos. Esta mídia foi incorporada essencialmente pela cultura de massas.
      Na verdade, o ser humano tem três mundos: o da natureza, o da cultura e o do lixo. O design na base de qualquer cultura visa enganar esta natureza através da técnica. Aquele que o produz consegue “ver” de uma forma abrangente as forças atuantes, e antecipa nichos de possíveis demandas que as transformações apontam. Esta percepção lhe permite inventar novos objetos funcionais. Infelizmente, não tem havido uma preocupação moral por parte dos designers com estes produtos e muito menos com o lixo em que se transformam quando perdem sua função. A complexidade cada vez maior dos objetos começou a exigir a participação de toda uma equipe para sua fabricação. Como o resultado não pode ser atribuído a um único autor, o sentimento de responsabilidade se perdeu de vez. Pode-se considerar que a Segunda Guerra Mundial é um exemplo grave decorrente deste fato.
      Segundo Flusser, tanto a elite quanto as massas ficaram alienadas: a elite com sua abstração distanciou-se da realidade, enquanto que a cultura de massas escondeu o caráter ficcional da imagem. O ideal seria a união das duas mídias proporcionando ao pensamento imagético uma capacidade maior de elaborar conceitos com preservação do sensório na representação dos fatos. A síntese de ambas talvez resultasse em uma nova civilização.
      As coisas que compunham o mundo estão sendo substituídas por “não-coisas”. As informações também estão mudando. Apenas decodificáveis e portanto “inapreensível”, elas estão assumindo uma importância gradativa, substituindo o objeto no nosso campo de interesse. As coisas estão encolhendo e as “não-coisas” estão se multiplicando, tornando o entorno progressivamente impalpável. Um software vale cada vez mais e um hardware cada vez menos. De produtores estamos nos transformando em funcionários. O novo homem não precisa mais de mãos, mas de dedos para teclar, para decidir e escolher. Ele não quer possuir e sim vivenciar uma experiência.
      A tecnologia digital trouxe uma nova imagem, sintetizada eletronicamente, resultante de um código adimensional ou “quântico” que difere da anterior, representativa do mundo. Ela agora é alimentada pelo texto e portanto é um produto da história. Segundo o autor, o objetivo do ser humano no passado era “formalizar o mundo existente”; hoje ele almeja “realizar as formas projetadas para criar mundos alternativos”.
      Flusser aponta duas tradições básicas. A ocidental e a oriental. A primeira se desenvolve a partir de um pensamento linear, de uma lógica codificada e promove a ciência com o intuito de controlar a natureza. Já a oriental entende o homem como um ser que emerge do mundo para experimentá-lo. Ela tem uma abordagem estética e está calcada em uma vivência onde o homem e o mundo se fundem.
      É preciso reconhecer que a ciência ocidental se desenvolveu graças a um distanciamento proporcionado pela teoria . Uma síntese que reúne a abordagem ocidental com a oriental parece estar surgindo e proporcionando a substituição dos códigos alfa numéricos por novos códigos híbridos, como por exemplo os códigos digitais de computadores. Com isto, a relação de simbiose entre o homem e a ferramenta pode ser revertida. É possível que no futuro as fabricas se tornem locais de aprendizagem já que dependerão cada vez mais do ser humano para extrair algo de suas ferramentas tecnológicas, que por sua vez exigirão uma aprendizagem teórica crescente por parte de quem as comanda. Há esperanças de que um novo sentimento existencial possa surgir em resposta a este fenômeno, de que ele se manifeste com a tomada de consciência da efemeridade de toda criação e de nossas responsabilidades em relação à sobrevivência do planeta. Talvez seja possível restabelecer um equilíbrio entre o amadurecimento intelectual humano e a natureza.
      Como alternativa pessimista para o futuro, pode-se supor que a incorporação do pensamento conceitual pelo imagético seja malsucedida. Isto provocaria uma deterioração da espécie humana em decorrência de uma despolitização crescente de uma sociedade de consumo, do totalitarismo de uma mídia de massa, e de uma conseqüente alienação generalizada.
      Mas existe também a possibilidade de o pensamento imagético incorporar positivamente o pensamento conceitual e promover assim um tipo de comunicação mais elaborado, com a qual o homem assuma conscientemente uma posição formalista que instaure um novo senso de realidade.
      O ato de contar visa alcançar uma síntese. O escrever não. Vivemos uma revolução cultural: de sujeitos de um só mundo, estamos nos transformando em projetos de vários mundos. Nos falta talvez aprender a contar...
 
      A presença constante de Flusser se faz sentir ao longo de toda a obra. O texto aberto, bem estruturado e fluido nos convida a refletir sobre desafios importantes que a humanidade vem enfrentando. Com muita vivacidade e muita verve, ele transmite suas dúvidas e questionamentos, aponta suposições e previsões apocalípticas, como se quisesse sacudir o leitor antes de oferecer a ele algum alivio. Só então sugere alguma possibilidades de saída. Em tom levemente debochado e sarcástico, Flusser coloca com desenvoltura e clareza seu modo de pensar, de ver, suas interpretações, questionamentos e dúvidas, tecendo raciocínios labirínticos e estendendo pequenas armadilhas e provocações. Fatalista e esperançoso ao mesmo tempo, o autor deixa talvez transparecer uma certa impaciência e desilusão. Afinal, estas dificuldades do mundo contemporâneo foram criadas por nós mesmos.
      Ao introduzir uma questão, o autor desenvolve um pensamento livre de censuras impostas por limites da lógica. Depois de permitir que o fluxo de idéias se manifeste, ele reorganiza e define os contornos de modo articulado e coerente. Sentimo-nos dentro do processo de nascimento e configuração da obra vivenciando esta experiência de criação intelectual junto com o escritor. Temos a impressão de que Flusser escreve não só para compartilhar suas idéias, mas que para ele, o ato de redigir é uma forma de atrair e configurar o pensamento.
      O autor vê a civilização contemporânea como um provável resultado de um processo em espiral que vai da imagem para o conceito e depois volta para a imagem. Reunindo densidade e leveza, ele desenvolve sua obra com percurso análogo. As palavras constantemente nos evocam imagens de seus pensamentos. Se ele não se atém a fundamentar suas idéias referindo outros autores, nas entrelinhas ele revela uma grande erudição e um conhecimento profundo da filosofia.
Fonte: Blog Eccoar_Incubadora

As razões da pós modernidade (Chevitarese)

     Vamos tentar desmistificar primeiro o pós-modernismo que, segundo Chevitarese (2001) coloca, teve início na década de 60 do século passado como lógica cultural do capitalismo tardio. Entretanto, o debate inflamado sobre este tema teve início na década de 70. Segundo ele, a partir do pós guerra, houve um descontentamento que se instala na cultura juntamente com uma crise de conceitos no pensamento moderno como: verdade, razão, legitimidade, universalidade, sujeito, progresso entre outras coisas. Para Chevitarese o efeito da desilusão dos sonhos criados pela modernidade permeia três diferentes esferas axiológicas: a estética, a ética e a ciência.
      O marco teórico da pós modernidade foi dado pelo filósofo francês Jeans-Francois Lyotard ao publicar em 1979 uma obra chamada: “la condition pstmoderne”. Lyotard tratou nesta obra da legitimação do conhecimento na cultura contemporânea na era Pós-Industrial.
      Chevitarese argumenta que a pós-modernidade surgiu como o amadurecimento do modernismo que falhou na aplicação de ampla racionalidade na organização social prometendo segurança, uma sociedade estável, democrática, igualitária etc… O Wikipedia acrescenta o seguinte:

      Desde a década de 1980, desenvolve-se um processo de construção de uma cultura em nível global. Não apenas a cultura de massa, já desenvolvida e consolidada desde meados do século XX, mas um verdadeiro sistema-mundo cultural que acompanha o sistema-mundo político-econômico resultante da globalização.
      A Pós-Modernidade, que é o aspecto cultural da sociedade pós-industrial, inscreve-se neste contexto como conjunto de valores que norteiam a produção cultural subseqüente. Entre estes, a multiplicidade, a fragmentação, a desreferencialização e a entropia - que, com a aceitação de todos os estilos e estéticas, pretende a inclusão de todas as culturas como mercados consumidores. No modelo pós-industrial de produção, que privilegia serviços e informação sobre a produção material, a Comunicação e a Indústria Cultural ganham papéis fundamentais na difusão de valores e idéias do novo sistema.

     Muitos dos fenômenos políticos, culturais e sócio-econômicos da atualidade podem encontrar uma sustentação nas teoria pós modernas que segundo Bauman (1999) que observa que a busca ansiosa pela liberdade plena gerou uma descrença cultura em um caminho seguro para a felicidade. Na era pós moderna percebe-se que a sociedade se encontra longe dos referenciai morais de outras épocas. a respeito disso Chevitarese (2001) observa o seguinte:
[…]A condição pós-moderna nos traz a consciência da incerteza e da ambivalência. Respostas em suspenso. Mal-estar diante de um mundo caótico. A cultura já não pode mais proporcionar uma explicação adequada do mundo que nos permita construir ou ordenar nossas vidas. É por isso que Giddens afirma que “não há nada de misterioso no surgimento do fundamentalismo no mundo moderno tardio”. Adotar uma única resposta é evitar a experiência angustiante da dúvida radical, cujo fascínio advém da promessa de livrar os convertidos das agonias da escolha individual. O fundamentalismo, é um exemplo de ausência crítica, ou irracionalismo pós-moderno, uma forma de usar a liberdade para tentar fugir dela.                    
     A sociedade pós moderna tem fascínio pela estética e pela superficialidade, e , se sente atraída pelo “espetacular” tendo como coadjuvante para isso o uso das tecnologias da informação e de telecomunicações. A conseqüência lógica de tudo isso segundo Melman (2008) é o fim da célula social mais importante : a família.
      Com o fim da religião e da família, a sociedade é desfigurada pelo consumismo, paixão pela estética, prazer imediato e apego aos supérfluos que estão substituindo conceitos nobres como humanismo, solidariedade e respeito ao diferente.
      No mundo pós moderno, o consumo não é mais uma conseqüência de produção de bens e serviços mas sim, da produção de consumidores de fácil manipulação graças a sagração do princípio de liberdade absoluta que é invocada obviamente de acordo com as necessidade dos senhores do consumismo para manipular as massas ansiosas.

Teorias Clássicas
  • Hipodérmica (“Bullet theory”)
  • Empírico - Experimental (“da persuasão”)
  • Teoria Empírica de Campo (“dos efeitos limitados”)

  1. Teoria Hipodérmica:
Contexto
Em 1914-18, a propaganda de massa começa a ser utilizada como estratégia de guerra e as pessoas despertam para os seus efeitos no totalitarismo. Populações heterogêneas das sociedades industriais não estavam unidas em torno de um sentimento que mantém o cidadão como membro de uma totalidade. Na medida em que os países se comprometiam politicamente, tornava-se indispensável despertar nos cidadãos o sentimento de ódio contra o inimigo e de ânimo diante de tantas privações; surgia a necessidade mais do que urgente de se forjar elos entre o cidadão e a pátria. A Teoria Hipodérmica surge nesse período, entre as duas Guerras, como paradigma científico e empirista dos estudos dos efeitos da comunicação.

A Teoria
Como consequência do que se viu no período, quando a propaganda de guerra conseguiu unir nações inteiras em torno de um ideal comum, passou-se a acreditar na mídia como capaz de direcionar as pessoas para praticamente qualquer direção desejada pelo comunicador. As mensagens midiáticas ganharam o status de "balas mágicas" com o poder de atingir toda uma população de maneira uniforme. Segundo um dos estudiosos que ajudaram a formular a teoria, o norte-americano Harold Dwight Lasswell, "um instrumento mais novo e sutil tem de caldear milhares e até milhões de seres humanos em uma massa amalgamada de ódio, vontade e esperança. (…) O nome deste novo malho e bigorna de solidariedade social é propaganda." As suposições psicológicas em que se baseou a Teoria da Bala Mágica eram, de certa forma, menos sofisticadas do que as que conhecemos hoje em dia. "Por exemplo, durante a Primeira Guerra Mundial, e sob a influência de Darwin, a psicologia do instinto esteve no auge. Não foi senão ao término da década de 1920 que os fatos da mutabilidade e variabilidade individual humana começaram a tornar-se demonstráveis com o emprego de novos testes mentais e outras técnicas de pesquisa", explica DeFleur. Ou seja, a ideia da bala mágica era perfeitamente coerente com as teorias sociais e psicológicas vigentes até então, que acreditavam em uma natureza humana relativamente uniforme.

Aspectos Importantes
  • A palavra-chave para esta teoria é " Manipulação da massa"
  • Todo membro do público de massa é pessoal e diretamente "atacado" pela mensagem.
  • Se uma pessoa é apanhada pela propaganda, pode ser controlada, manipulada, levada a agir.
  • A massa engloba indivíduos isolados, anônimos, separados e atomizados. Isso os faz indefesos e passivos diante da comunicação. As pessoas são altamente influenciadas (do contrário do senso comum, os meios de comunicação não manipulam, mas sim influenciam os membros da sociedade em que atuam).
  • Segundo Bauer (1964), Na "Bullet Theory", os efeitos não são estudados, pois são dados como previstos.
  • Em 1948, Lasswell cria um modelo que representa, simultaneamente, uma herança, uma evolução e uma superação da teoria hipodérmica: 
O Modelo dos cinco "Q"s:  Quem → Diz o quê → Em que canal → A quem → Com que efeito.
Este modelo organizou a communication research.
Cada uma destas variáveis define e organiza um setor específico da pesquisa: emissor, conteúdo, audiência, meio e efeitos.
  • Lasswell também apresenta três funções dos sistemas de comunicação:
1) Vigilância-denunciando o que afete os valores de uma sociedade
2) Coesão entre os membros do grupo social
3) Transmissão e intensificação dos valores naquela sociedade
Fonte: Wikipédia


Empírico - Experimental (“da persuasão”):
Introdução 
A Teoria da Persuasão, também chamada de Teoria Empírico-experimental, paralelamente à Teoria Empírica de Campo, desenvolve-se a partir dos anos 40 e conduz ao abandono da Teoria Hipodérmica. Consiste na revisão do processo comunicativo entendido como uma relação mecanicista e imediata entre estímulo e resposta. Oscila entre a idéia de que é possível obter efeitos relevantes se as mensagens forem adequadamente estruturadas e a certeza de que, frequentemente, os efeitos que se procurava obter não foram conseguidos. Persuadir os destinatários é possível se a mensagem se adequa aos fatores pessoais ativados pelo destinatário ao interpretá-la. A mensagem contém características particulares do estímulo, que interagem de maneira diferente de acordo com os traços específicos da personalidade do destinatário. (De Fleur, 1970,122) Ou seja, o avanço consiste em que a teoria passa a levar em conta as diferenças individuais do público. Dessa maneira, estabelece-se uma estrutura lógica, muito semelhante ao modelo mecanicista da Teoria Hipodérmica:
CAUSAS -> PROCESSOS PSICOLOGICOS INTERVENIENTES -> EFEITOS

Aspectos Importantes
  • Estuda os fatores que provocam o sucesso e o insucesso do processo comunicativo tomando por base mensagem e audiência.
  • A massa é vista como grupo, não mais como indivíduo isolado.
  • A mensagem deve ser adequada às características do grupo que se quer persuadir.
  • Existem intervenientes psicológicos no público que influem nos efeitos da mensagem.
  • O foco desta teoría é a mensagem e o destinatário.
  • Esta Teoria tem orientação sociológica.
Fonte: Wikipédia

Teoria Empírica de Campo: 
Introdução 
Teoria Empírica de Campo é um modelo de teoria da comunicação, também conhecido como Teoria dos Efeitos Limitados.Trata de influência e não apenas da que é exercida pelos mass media, mas da influência mais geral das relações sociais. É difícil separar completamente esta teoria, de orientação sociológica, da Teoria da persuasão, cujo desenvolvimento ocorreu de forma paralela. Em síntese, diz respeito a todos os mass media do ponto de vista da sua capacidade de influência sobre o público e da influência mais geral das relações sociais, da qual os mass media são apenas uma parte. Nesta teoria, que consiste em associar os processos comunicativos de massa às características do contexto social em que estes se realizam, é possível distinguir duas correntes: a primeira diz respeito ao estudo da composição diferenciada dos públicos e dos seus modelos de consumo da comunicação de massa. A segunda , e mais significativa, compreende as pesquisas sobre a mediação social que caracteriza esse consumo.

Aspectos Importantes
  • Este ponto de vista completa a revisão crítica da Teoria Hipodérmica
  • A palavra-chave desta teoria é influência
  • Os estudos de campo explicitam a escassa relevância dos mass media em confronto com os processos de interação social
  • Lazarsfeld propõe que o público é capaz de fazer suas próprias escolhas
  • Existem variações do consumo de comunicações de massa segundo as características do público
  • Descobre-se os líderes de opinião e a Two Step Flow ou Fluxo de Comunicação a Dois Níveis
  • Pessoas que pertencem a um mesmo grupo tendem a possuir opiniões parecidas sobre determinados assuntos
  • Primeiro a informação chega às pessoas bem informadas e que inspiram confiança e através delas chegariam a todo o público
  • No que diz respeito a assuntos diferentes, influenciados e influentes podem trocar reciprocamente de papéis, porque o líder de opinião é aquele legitimado pela audiência por fazer a ponte entre o meio de comunicação (que detém as mensagens) e a audiência.
  • Dentro da dinâmica de formação de opiniões, Lazarsfeld relaciona três efeitos:
Efeito de ativação: transforma tendências latentes em opiniões efetivas
Efeito de reforço: preserva decisões tomadas
Efeito de conversão: mais limitado porque os mais informados são menos flexíveis e os mais indecisos, são menos informados pela mídia. desde quando foi...
Fonte: Wikipédia

Filme - Blade Runner
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