10 de dez. de 2011

Imminente Luna, parte 3 - Resenha

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Como dito nas postagens anteriores, foi pedido pelo professor de Português que desenvolvêssemos uma resenha sobre o curta-metragem Imminente Luna. Seguindo as instruções dadas e analisando cada detalhe debatido pelo turma durante a aula, anotei vários aspectos que me foram útil na hora de planejar meu resumo crítico. Abaixo o texto que me rendeu nota total do exercício:

IMMINENTE LUNA
(Curta-Metragem/Brasil/2000)

      Conhecido por dirigir várias propagandas institucionais televisivas, como as da Justiça Eleitoral, o PAC Teleférico e outras do Governo Federal, Maurício Lanzara expande seus horizontes com essa nova produção. O curta-metragem Imminente Luna, produzido para a prefeitura de São Paulo, ambienta a vida de dois idosos, estranhos, vivendo em um quarto de asilo tendo apenas a solidão como herança da vida. Com elementos simples de cenário e produção, o diretor mostra seu brilhantismo dando dicas do problema envolvido na história com elementos como um quarto fechado, apenas uma janela, pouca iluminação, objetos antigos, uma gaiola vazia, cartas antigas, um ventilador desligado e etc; e fica bastante claro no decorrer do curta que a visão dele é de que, tido como incapacitados, os idosos estão sendo esquecidos, e vivendo dia após dia se apegam as pequenas lembranças e sonhos para continuar tendo forças para viver.

      O curta se inicia com uma criança sobre a janela a luz da lua falando sobre uma história com o pai, e este lhe ensinando a sua moral, o chamado “Poder das Palavras”. Há uma passagem de tempo, a cena, antes preto e branco, se torna colorida e temos a visão de vários idosos fazendo uma refeição a mesa. Matias (Raul Cortez), um otimista que cria o "seu mundo" inventando histórias para fugir de sua triste realidade, é colocado como principal na cena em que mostra que seu espírito brincalhão ainda permanece. Logo após vemos um giro de câmera com ângulos semi-abertos, detalhando vários objetos antigos presente em um quarto com pouca iluminação, até chegar a outro idoso, Ernesto (Emílio di Biasi), um velho pessimista e mal humorado que encarava a realidade como ela era, deitado na cama também comendo um prato de sopa. Esta cena em especial, detalha um pouco da dificuldade dos idosos com as limitações físicas que aparece com o avanço da idade, e aparentemente incapacitado de se locomover, Ernesto deixa seu prato cair ao tentar colocá-lo em móvel ao lado da cama e sente raiva de si mesmo por sua incapacidade de fazer algo tão simples. Outra vez Matias aparece, e percebemos que ele não só é colega de quarto de Ernesto, recentemente mudado, como também é o menino mostrado na primeira cena do curta e isso graças a pequenas deixas de cenário e figurino, como o porta-retrato com a foto do garoto e a inseparável boina que usou da infância à velhice.

      Durante o decorrer do curta, Matias vai mudando o comportamento de Ernesto e os dois se tornam amigos. Ouvindo histórias e se divertindo com a vida do lado de fora da janela do quarto, narrada por Matias, Ernesto resgata sua imaginação e juntos eles passam a ter alguns momentos de alegria, esquecendo um pouco da prisão onde habitam e comprovando mais uma vez “O poder das Palavras”. Além de retratar a solidão em que vivem, o curta-metragem também exibi a precariedade das acomodações, dos cuidados e a alimentação dos asilos; e muitas vezes o total abandono e esquecimento da família para com o idoso internado, problemas que muitas vezes nem são levados em consideração.

      Com relação a textos e histórias com esse tema, poderia dizer que Imminente Luna é uma das poucas criações a alcançar o objetivo de realmente tocar nossos sentimentos, e isso de uma maneira tão singela que cativa quem o assisti. Outro destaque que poderia citar é a abertura que o espectador tem para várias interpretações diferentes do contexto, o que é oferecido pelo próprio enredo através de elementos que o guia durante a narrativa, e fornece tal liberdade por não ser algo imposto ou incansavelmente repetido. Por último e não menos importante, há forma diferenciada de figurativizar sentimentos que o diretor cria, representar a saudade com cartaz antigas dentro de uma gaiola vazia, talvez tenha sido a mais brilhante delas.

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